Micro e pequenas empresas não estão demitindo, até o momento

"A crise não é das micro e pequenas empresas. Elas não investem em bolsas de valores.

Fonte: InfoMoney

Karin Sato

"A crise não é das micro e pequenas empresas. Elas não investem em bolsas de valores. Quando ampliam seus negócios, significa que estão aumentando espaço físico, diversificando mercadorias ou aprimorando serviços, por meio do esforço próprio e do investimento de seus lucros no empreendimento. Até o momento, as MPEs não estão demitindo, e elas geram quase 60% dos empregos formais do País".

A declaração foi feita pelo presidente da Comicro (Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), José Tarcísio da Silva, à Agência Sebrae. Segundo ele, as empresas de pequeno porte continuam fora do noticiário sobre os efeitos da crise. "É como se elas não existissem, apesar de sua grande importância na economia nacional".

Segundo semestre será difícil
Silva admite, no entanto, que o segundo semestre será mais difícil para as micro e pequenas, por conta da queda na demanda. "Se não houver nenhuma medida de proteção ao nosso segmento por parte do governo, como ocorre com montadoras e outros setores formados por grandes empresas, as MPEs irão sofrer", afirmou.

Ele afirma que um socorro do governo às micro e pequenas empresas não custaria milhões, como o que ocorre na ajuda às grandes organizações. "O socorro às MPEs custaria mais barato. O custo da MPE é entre 12 a 20 vezes menor do que uma grande empresa. Reconhecemos que a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e do Supersimples foram avanços, porém precisamos de mais atenção e reconhecimento, inclusive de mais inclusão na economia e nos fóruns que debatem o desenvolvimento do Brasil", enfatizou.

O presidente da Comicro recomenda ao empreendedor que permaneça otimista, reinvestindo cada centavo no seu negócio. "A nossa diferença está na qualidade do serviço que prestamos e na satisfação do cliente. Meu conselho para os companheiros é o seguinte: desliga a televisão [por conta do efeito psicológico das notícias negativas sobre a crise] e vá trabalhar e buscar clientes. Em época de dificuldade é que se realizam grandes negócios. Crise reforça a nossa criatividade e nossas estratégias".